Mergulho em rasos e quedas
Fratura da Primeira e Segunda Vértebras Cervicais: Relação com Traumas como Mergulho em Água Rasa e Quedas de Cabeça

A vértebra C2, ou áxis, desempenha um papel fundamental na estabilidade e mobilidade da coluna cervical. Sua anatomia única apresenta características estruturais específicas, e se articula com o arco anterior da primeira vértebra, também conhecida como atlas (C1), permitindo a ampla movimentação da cabeça.

É comum que fraturas dessas vértebras cervicais estejam relacionadas a traumas causados na prática de mergulho em água rasa e quedas de cabeça. Nos casos de mergulho no raso, por exemplo, o que ocorre é uma carga excessiva na região cervical devido à desaceleração abrupta do movimento da cabeça quando a pessoa atinge o fundo da água. No Brasil, existe uma imensa quantidade de rios, praias e cachoeiras, e esse tipo de acidente é a quarta causa mais recorrente de lesão medular no país. A maioria delas acontece entre jovens na faixa etária de 10 a 30 anos, nos meses de férias escolares, podendo atingir os quatro membros, com perda de sensibilidade e força muscular.

De forma similar, quedas de cabeça, principalmente de alturas significativas, podem gerar forças de compressão axial, levando a fraturas da C1 e C2. Esses traumas são mais frequentes em acidentes esportivos, domésticos ou situações de violência.

Diagnóstico e Avaliação

Os pacientes com fratura de vértebras da coluna cervical podem apresentar uma variedade de sintomas, incluindo dor intensa no pescoço, limitação de movimentos, formigamento ou fraqueza nos membros superiores e até mesmo déficits neurológicos graves, como paralisia. É fundamental uma avaliação clínica minuciosa e imobilização da coluna logo no local do trauma, assim como os primeiros socorros apropriados.  Também é importante a realização de exames de imagem como radiografias, tomografia computadorizada e ressonância magnética para identificar a extensão da lesão e traçar a melhor estratégia de tratamento.

Tratamento e Considerações Clínicas:

O tratamento das fraturas das vértebras cervicais, incluindo aquelas da C1 e C2, depende da gravidade da lesão, do estado neurológico do paciente e da estabilidade da coluna cervical. Em alguns casos, utiliza-se imobilização por meio de colar cervical e acompanhamento clínico rigoroso. Isso é especialmente válido para fraturas estáveis, sem comprometimento neurológico efetivo. O objetivo é promover a cicatrização necessária e a estabilização da coluna vertebral ao longo do tempo.

No entanto, em casos de fraturas mais complexas, instabilidade da coluna vertebral, lesões neurológicas graves ou complicações associadas, pode ser necessário um tratamento cirúrgico. Por essa razão, a abordagem multidisciplinar, envolvendo neurocirurgiões especializados na área, radiologistas, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, é indispensável.

A cirurgia pode envolver técnicas de fixação interna com parafusos, hastes e placas, com ou sem fusão vertebral, dependendo da natureza da fratura e das necessidades individuais do paciente. No entanto, em casos mais complexos, em que há instabilidade da coluna vertebral ou risco de compressão medular, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica. Nas circunstâncias onde a cirurgia minimamente invasiva é aplicável, vale ressaltar suas vantagens, como tempo reduzido de recuperação, menor risco de complicações durante o procedimento, período de internação hospitalar mais curto e cicatrizes menos evidentes.

Em conclusão, a fratura da segunda vértebra cervical, ou fratura do áxis, é uma lesão grave que demanda uma abordagem por parte de neurocirurgiões especializados. A avaliação clínica cuidadosa, o diagnóstico preciso e a determinação do tratamento com exatidão são essenciais para garantir os resultados ideais e minimizar complicações posteriores. Na reabilitação, fisioterapia e acompanhamento clínico regular auxiliam à recuperação funcional do paciente.

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